Rondônia entra no mercado de gás natural
O ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse hoje (27) que a abertura do mercado de gás natural em Rondônia vai potencializar a exploração de gás na bacia dos rios Solimões e Amazonas, na Região Amazônica. A afirmação foi feita na solenidade do anúncio da abertura desse mercado no estado.
Sancionado em abril do ano passado, a Lei do Gás, (Lei 14.134/21) criou mecanismos para o chamado novo mercado do gás. Segundo o ministro, a lei já trouxe resultados com a chegada de novas empresas no segmento de exploração e suprimento de gás natural.
Na região da Bacia do Rio Amazonas, a produção de gás natural teve início em 2021, com a exploração do campo de Azulão. Segundo a Eneva, empresa que comprou o campo, o gás produzido em Azulão será usado na geração de energia pela termelétrica. Há ainda a perspectiva de exploração do gás no campo de Juruá, na Bacia do Solimões.
“Isso vai ser muito bom, não só para o abastecimento energético de Rondônia, mas também o gás é um insumo muito importante para a indústria. As indústrias virão para Rondônia, muitas delas já estão estabelecidas aqui e chegaram nos últimos três anos, e eu entendo que o estado de Rondônia terá um desenvolvimento muito mais rápido com esse novo marco legal”, disse. “O mesmo que vai ocorrer com o potencial de de gás na Bacia do Solimões e do Amazonas e que vai certamente beneficiar o estado de Rondônia”, disse Albuquerque.
Entre outros pontos, a nova legislação acabou com o regime de concessão para a exploração do produto e criou novos critérios para o acesso à infraestrutura essencial para movimentar o gás natural e o regime de entrada e saída do produto nos gasodutos.
Agora, as empresas interessadas em explorar o gás natural precisam apenas de uma autorização da Agência Nacional de Petróleo (ANP). Outro ponto da lei é que diferentes empresas podem atuar em diferentes etapas da cadeia produtiva do gás, a exemplo do transporte, uma vez que a legislação garante o livre acesso para esses agentes aos gasodutos.
“Antes não se tinha acesso a toda infraestrutura de gás natural, porque havia no país, por muitos e muito anos, um monopólio, realizado pela Petrobras, que não tinha condições, por questões até de recursos para investimento, de prover o melhor serviço. Esse novo marco legal de gás propiciou que novos agentes participassem do processo. Até o ano passado, nós só tínhamos uma empresa, que era a Petrobras. Hoje temos sete empresas”, disse o ministro.
Mesmo com a aprovação do novo marco, ainda é preciso que os estados modifiquem suas legislações para se adequar. A Constituição garante a competência dos entes federados para regulação dos serviços locais de gás canalizado, como a distribuição.
Além de Rondônia, outros estados já mudaram suas legislações, a exemplo do Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Ceará. O Rio Grande do Norte já encaminhou um projeto para a Assembleia Legislativa modificando a legislação local.
Assim o Brasil se torna independente do gás da Bolívia e ainda vai disputar um naco importante do mercado internacional. Hoje vemos que o clima belicista entre os países da EUA/OTAN e a Rússia chegou seu apogeu por causa do fornecimento de gás russo para a Europa ocidental através do Projeto Nord Stream 2, que transporta gás via dutos submarinos e terrestres. Essa é a importância do gás natural na perspectiva global. Além de não poluir o meio ambiente tem várias outras funções importantes e rentáveis no mercado interno e externo.
Vamos torcer que tudo dê certo e que os preços ao consumidor interno atenda a lógica de mercado e chegue realmente com preços palatáveis ao consumidor final.
Edição: Fernando Fraga (Agência Brasil)/ Roberlan Nascimento (Amazônia de Ferro)
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