Keniston tornará Braz inviável para 2024?

Não sabemos quais foram os acordos assumidos por Braz junto a executiva estadual do PSB, mas em Parauapebas as coisas não indo bem como todos esperavam.

 

Andando junto, mas separado

As eleições de 2020, definiu alguns marcos importantes que estão se desdobrando até então e que irá findar somente em 2024. Temos ao menos três situações basilares a considerar: quem irá suceder o prefeito, o processo dos 500 mil contra Darci e a eleição de Braz.

 

Como cacique absoluto do governo, Keniston Braga se planejou para ser o sucessor do legado do prefeito eleito e antecipou as eleições iniciando sua campanha mirando a cadeira do chefe. Um problema inesperado para dificultar a trajetória e colocá-la em xeque foi o caso do caixa dois da campanha de Darci, um erro crasso que será cobrado mais tarde.

 

Braz, que estava alheio aos interesses políticos de Keniston, teve uma eleição realmente heroica em 2020, com expressiva votação, um monstro eleitoral entre mais de duzentos concorrentes. Foram acachapantes 3.988 votos. Alta capilaridade, muito conhecimento com população, baixa rejeição. Braz se tornou competitivo para uma eleição ao executivo e com a notícia de que o prefeito recém-eleito poderá perder o diploma graças ao caixa dois de sua campanha denunciado por Júlio Cesar (o processo corre no TRE), além de ter se tornado presidente da Câmara Municipal com o apoio de Darci. Não obstante, Braz tem o controle da Secretaria de Segurança ao indicar o secretário.

 

Então, tudo apontou para que Braz fosse a maior força política do grupo governante para brigar pela cadeira do rei, contudo, Keniston tinha outros planos e o que parecia perfeito tomou outros contornos quando se aproximamos das eleições de 2022.

 

A preparação para o pleito de 2022, foi o start para sabermos quem era quem de verdade. Braz se envolveu em seu partido (PDT) aglutinando forças, lideranças políticas, preparou seus generais e soldados para o que seria uma trajetória tranquila na sua saga com foco em uma cadeira da ALEPA, mas depois do fim da janela partidária, que encerrou no fim de março último, comeram a pipocar uma vara de candidatos apoiados, segundo seus interlocutores nas redes sociais, por Keniston. Ao menos sete nomes já estão esperando a confirmação nas convenções: Valmir Mariano (PSD – 22.212 votos), Marcelo Parcerinho (PSB – 2.070 votos), Marcelo Catalão (MBD – 16.276 votos), Dr. Fabrício (PV), Suely Guilherme (PT – 1.346 votos), Flávio Veras (PP – 1.134) e Alex Santiago (PP – 39.193 votos). O que é no mínimo falta de hombridade de Keniston dada a parceria no governo, isso dificulta muito uma votação competitiva para Braz. Não bastassem os “candidatos da máquina”, Braz ainda tem pela frente ótimos candidatos vindo da oposição, são eles: Joelma Leite (União Brasil – 18.003 votos), Chamonzinho (MDB – 63.722 votos), Hipólito H2 (PSC – 7.080 votos) e Gesmar Costa (PL – 15.771 votos), de fato, uma pedreira.

 

Duas estratégias, uma saída

Desde o início de 2021, entendendo que Keniston era o preposto de Darci e tinha claras intenções eleitorais para suceder o prefeito, então Braz teve que tomar, de duas, uma decisão, o tudo ou nada.

 

A primeira estratégia seria aquela em que Braz se filiaria ao MDB, garantiria proteções do governo, gordos recursos do Fundo Partidário, teria apoio da base partidária para sua candidatura e ainda faria dobradinha com o candidato a Deputado Federal da sigla, uma campanha redonda que poderia lhe render acima de 30 mil votos facilmente, contudo, sabia que por esta via não se elegeria e ainda ficaria na sombra e tutelado por Keniston Braga para as eleições de 2024 ou em uma provável nova eleição em caso de perda de diploma do prefeito.

 

Mas Braz resolveu se utilizar da segunda e mais complexa estratégia e fez do PDT a sua casa para estas eleições 2022, resolvendo, portanto, cumprir os acordos partidários com os caciques da executiva estadual e obtendo o benefício de um quociente eleitoral mais baixo que o do MDB aumentando suas chances de vitória, sua expectativa de obter ao menos 20 mil votos no município (Parauapebas é o terceiro colégio eleitoral do estado) e buscar de cinco a dez mil votos “fora” para garantir a média e, caso não se eleja, ficará livre para 2024, com seu nome devidamente consolidado.

A insistência pela segunda opção também lhe trouxe a guerra, porque além da sua estratégia de campanha, toda a logística, esforço físico, emocional e todos os custos ele terá que lidar com as estratégias de Keniston Braga que, no mínimo, visa ver os votos do Braz derreterem ao nível de vereador somente e sair destas eleições um anão político.

 

Sim, enquanto escrevo esse epitáfio do Braz, é muito provável que Keniston esteja preparando mais um candidato a Deputado Estadual, se ainda tiver partido disponível, para disputar a vaga com Braz: um candidato a deputado federal precisa de candidatos a deputado estadual para fazer o máximo de dobradinhas para levar seu nome o mais longe possível para manter Braz com votação mínima. Como já está claríssimo, dos políticos amasiados ao governo, ele é a maior ameaça para Keniston em eleições majoritárias.

 

Como se vê, apenas dois nomes conseguem garantir vaga na Alepa e não são do município (não existem deputados municipais): Chamonzinho (MDB) e Alex Santiago (PP), ambos com grandes redutos eleitorais em Parauapebas. Surpresas? Duvido muito.

Sozinho

Braz sempre foi parceiro do governo, foi eleito presidente da Câmara com apoio do prefeito e manteve sua palavra na defesa daquilo que pensa ser o melhor grupo para gestar o município, mas tudo leva a crer que esse relacionamento terminará bem antes de 6 outubro de 2022, porque as traquinagens de Keniston não param.

 

Sem condições de reparar os danos já causados em sua campanha para 2022, apesar de vereador e altamente pragmático, Braz ainda se aliará a Keniston para 2024, para encararem Júlio Cesar, o nome da oposição, ou seguirá só, como uma terceira via?

 

Artigo: Guto e Roberlan

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Autor

Roberlan Nascimento

iwcosta@gmail.com

1 comentário

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André Lira

13 de abril de 2022 às 21h59

Penso que o Keniston, fará de tudo e mais um pouco para minar ainda mais a candidatura do Braz, e isso será a gota d’água para o fim da parceria entre Braz, Darci e Keniston.

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